Segundo o sujeito do vernáculo (Aurélio) preguiça quer dizer estado de prostração e moleza, de causa orgânica ou psíquica, que leva o indivíduo à inatividade; desânimo, esmorecimento, indolência (...) Diante disso sentei para escrever.
Fazia tempo que o indivíduo aqui não escrevia nada no blog devido a um tempo maior dedicado à preguiça. Mas dai o ethos, esse valor de identidade social que faz constantes pressões em minha mente para não abandonar a causa (manter o blog atualizado), me fez sentar nesse exato momento para escrever. Minha inatividade se deu também pelo fato de não querer escrever por escrever, fazer do blog um diario, e sim trazer ao desenvolvimento pessoal o choques de idéias que ficam burbulhando na cabeça. Mas escrever sobre o quê, escrever o olhar sobre a realidade e transcrevê-la de forma "critica" ? Como temos a perspicácia de desenvolver essa superioridade, até mesmo nas relações de pura troca de idéias (papo-furado), usando linguajar menos acessível, com argumento de não simplificar demais a complexidade. Como é perversa a juventude do meu coração parafraseando o desaparecido; essa nossa constante metamorfose intelectual que adentra rasgando toda mente construida e provocando a loucura. O que resta é somente a insegurança do real. Insegurança essa que está longe de ter sinônimo de pós-modernismo, mas sim um reconhecimento da barbárie e injustiça provocada pela atualidade do mundo estranhado. A inatividade aqui talvez não tenha esse sentido de sedentarismo, e sim de se permitir o confronto, confronto com você e suas opiniões formadas da apreensão com o mundo.
Para finalizar quero transpor um trecho de Paul Lafargue intitulado O Direito à Preguiça, titúlo bem sugestivo ao tema.
"Os socialistas revolucionários têm de recomeçar o combate que os Filósofos e os panfletários da burguesia já travaram; têm de atacar a moral e as teoria sociais do capitalismo; têm de demolir, nas cabeças da classe chamada à acção, os preconceitos semeados pela classe reinante; tem de proclamar, no rosto dos hipócritas de todas as morais, que a terra deixará de ser o vale de lágrimas do trabalhador: que, na sociedade comunista do futuro que fundaremos “pacificamente se possível, senão violentamente”, as paixões dos homens terão rédea curta, porque “todas são boas pela sua natureza, apenas temos de evitar a sua má utilização e os seus excessos” (Descartes, As paixões da Alma), e só serão evitadas pelo seu mútuo contrabalançar, pelo desenvolvimento harmônico do organismo humano, porque, diz o Dr. Beddoe, “só quando uma raça atinge o seu ponto máximo de desenvolvimento físico é que ela atinge o seu mais elevado nível de energia e de vigor moral” (Dr. Beddoe, Memoirs of the Anthropological Society). Era também a opinião do grande naturista Charles Darwin. (Ch. Darwin, Descent of man). "
E-book: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/direitopreguica.html
Fazia tempo que o indivíduo aqui não escrevia nada no blog devido a um tempo maior dedicado à preguiça. Mas dai o ethos, esse valor de identidade social que faz constantes pressões em minha mente para não abandonar a causa (manter o blog atualizado), me fez sentar nesse exato momento para escrever. Minha inatividade se deu também pelo fato de não querer escrever por escrever, fazer do blog um diario, e sim trazer ao desenvolvimento pessoal o choques de idéias que ficam burbulhando na cabeça. Mas escrever sobre o quê, escrever o olhar sobre a realidade e transcrevê-la de forma "critica" ? Como temos a perspicácia de desenvolver essa superioridade, até mesmo nas relações de pura troca de idéias (papo-furado), usando linguajar menos acessível, com argumento de não simplificar demais a complexidade. Como é perversa a juventude do meu coração parafraseando o desaparecido; essa nossa constante metamorfose intelectual que adentra rasgando toda mente construida e provocando a loucura. O que resta é somente a insegurança do real. Insegurança essa que está longe de ter sinônimo de pós-modernismo, mas sim um reconhecimento da barbárie e injustiça provocada pela atualidade do mundo estranhado. A inatividade aqui talvez não tenha esse sentido de sedentarismo, e sim de se permitir o confronto, confronto com você e suas opiniões formadas da apreensão com o mundo.
Para finalizar quero transpor um trecho de Paul Lafargue intitulado O Direito à Preguiça, titúlo bem sugestivo ao tema.
"Os socialistas revolucionários têm de recomeçar o combate que os Filósofos e os panfletários da burguesia já travaram; têm de atacar a moral e as teoria sociais do capitalismo; têm de demolir, nas cabeças da classe chamada à acção, os preconceitos semeados pela classe reinante; tem de proclamar, no rosto dos hipócritas de todas as morais, que a terra deixará de ser o vale de lágrimas do trabalhador: que, na sociedade comunista do futuro que fundaremos “pacificamente se possível, senão violentamente”, as paixões dos homens terão rédea curta, porque “todas são boas pela sua natureza, apenas temos de evitar a sua má utilização e os seus excessos” (Descartes, As paixões da Alma), e só serão evitadas pelo seu mútuo contrabalançar, pelo desenvolvimento harmônico do organismo humano, porque, diz o Dr. Beddoe, “só quando uma raça atinge o seu ponto máximo de desenvolvimento físico é que ela atinge o seu mais elevado nível de energia e de vigor moral” (Dr. Beddoe, Memoirs of the Anthropological Society). Era também a opinião do grande naturista Charles Darwin. (Ch. Darwin, Descent of man). "
E-book: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/direitopreguica.html
Sejamos preguiçosos em tudo,
exceto em amar e em beber, exceto
em sermos preguiçosos.
LESSING
exceto em amar e em beber, exceto
em sermos preguiçosos.
LESSING
Se sentir é estar distraído, não há como haver distração se a atividade central de um indíviduo (a que ele tem que se preocupar primordialmente para poder sobreviver, como consegui-la e conquistá-la, e depois como o mantê-la) se dá pela exploração, pelo embrutecimento e pela total falta de sentido do trabalho(e de um mundo) estranhado. Nesse sentido, a preguiça é valorosa porque pode representar uma negação desses valores esquisitos que nos imporam de fora. O problema é quando a preguiça é só uma morfina para o cotidiano e ficamos enfiados no sofá ou no tédio ensimesmado, reproduzindo nada mais que o mesmo embrutecimento diário.
ResponderExcluirque preguiça de ler
ResponderExcluir.... Belo texto e bela frase...
ResponderExcluir...que preguiça de ler (2)
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